Se verificarmos as efemérides deste dia notaremos uma grande sucessão de acontecimentos ligados à guerras: Cerco de Jerusalém por Tito (filho do imperador Vespasiano); o Cerco de Chartres; Invasão japonesa da Coreia, quando toma Pyongyang; Mais uma fase da guerra dos Otomanos numa investida contra a República de Veneza; Adolf Hitler escapa de uma tentativa de assassinato liderada por um de seus coronéis; e mais recentemente termina a expulsão das forças islâmicas da Síria com a batalha de Ras al-Ayn.
Assim, com esta temática, o texto ficaria muito triste. Mas uma coisa leva a outra e elegi dois fatos mais importantes também ocorridos neste dia 20 de julho.
O primeiro deles é o nascimento de Alexandre III da Macedônia neste dia, no ano de 356 Antes de Cristo. Destaca-se sempre quando se fala de Alexandre “O Grande”, o fato de antes dos 30 anos de idade ter criado o maior império do mundo antigo, nunca superado em extensão por nenhum outro. Foi, e ainda é, um dos comandantes militares mais bem sucedidos da história da humanidade.
Destaco ainda dois fatos: ele criou várias cidades com seu nome, ou seja “Alexandria”, da qual conhecemos aquela onde se situava a grande biblioteca, que acabou por ser queimada. Ela possuía o maior acervo de textos do mundo à época, e calcula-se que chegava a mais de 700.000 exemplares. Grande parte dos escritos de Aristóteles estavam nela. Destaco ainda o caráter cultural que Alexandre dispunha para a preservação das tradições dos locais que passava a integrar seu grande império. Além de levar obras e mais obras para a biblioteca, mantinha as culturas locais (mesmo que introduzisse as influências greco-romanas) e sempre procurava estudar e conhecer destes povos colonizados apenas geograficamente.
Alexandre foi aluno de Aristóteles! Certamente com um professor de tal grandiosidade e recebendo suas influências, foi tão bem sucedido no seu governo, no que se refere ao aspecto cultural. Era ávido leitor e nunca abria mão de estar lendo em seus momentos de descanso. Conta-se que ele pediu a Aristóteles que lhe enviasse uma cópia de um texto que estava escrevendo, Alexandre disse que queria ter a honra de ser o primeiro a ler. Mas descobriu posteriormente e algumas cópias estava em circulação e ele repreende seu mestre que lhe responde: “De fato fiz circular algumas cópias, mas não se preocupe, somente você meu grande aluno que irá compreender o conteúdo”, e com isto, mexendo com a vaidade de Alexandre, foi perdoado.
Passados 2.253 anos do nascimento do Grande Alexandre, no Brasil, com o intuito de cultivar a língua portuguesa e a literatura brasileira. Seguindo aqueles milenares ideais, é criada no ano de 1.897, a Academia Brasileira de Letras, tendo como seu primeiro presidente Joaquim Maria Machado de Assis. Sua sede é chamada de Petit Trianon, uma réplica daquele encontrado em Versalhes.
Mas o que destaco da Academia Brasileira de Letras é o seu brasão. O brasão da ABL é representado por uma coroa de louros, das mesmas utilizadas por Alexandre e demais greco-romanos para celebrações de suas vitórias. Além desta simbologia, na língua do eterno Alexandre o Grande o brasão traz escrito na língua latina: “Ad Immortalitatem” ou seja, “Para a Imortalidade”.
Louros das vitórias de Alexandre baseadas no conhecimento adquirido com seus contínuos estudos e honradez ao seu também eterno professor. Imortalidade que tentou com a criação da biblioteca e a vastíssima coleção de obras, assim como temos nossos imortais em nossa academia zelando pelo conhecimento.
Imortalidade da cultura que sempre deve ser preservada para que o nome destes defensores da cultura nunca sejam esquecidos.
Alexandre o Grande e a Academia Brasileira de Letras, a continuidade da preservação da cultura.