Parte I
“De repente, descobre-se que as memórias se acumularam em forma de contos, crônicas e casos, restando apenas uma alternativa: transformá-las em palavras. Foi assim que os irmãos Geraldo Magela de Faria e Lúcio César de Faria organizaram suas memórias na mais nova publicação da Editora Quixote+Do: De repente, palavras.
A obra reúne textos novos e materiais produzidos ao longo dos últimos 10 anos. A ideia de reunir os textos em um livro começou a ganhar forma em 2021 e, desde então, os autores deram início à escolha do material e à transformação do conteúdo em uma obra leve, que reúne textos literários, gostosas memórias e crônicas que retratam o dia a dia.
Saindo de Pará de Minas, passando pelos mais variados assuntos, desde o futebol, a literatura, o trabalho, “De repente, Palavras” leva o leitor até a sombra de uma árvore, para uma leitura relaxante, feita de memórias espalhadas pelo vento.
Os irmãos Geraldo Magela de Faria e Lúcio César de Faria, filhos do casal Henrique Faria e Geralda Aguiar de Faria, nasceram em Pará de Minas, em 1951 e 1955, respectivamente, e ali permaneceram até completarem o curso científico.
Geraldo trabalhou no Banco do Brasil até se aposentar, no ano 2000, após 33 anos de serviço. Formou-se em Letras pelo UNI-BH e se tornou revisor de textos, função que exerceu por 17 anos, sendo interrompida, em janeiro de 2018, após o diagnóstico da doença de Parkinson. Desde então, dedica-se à literatura, produção de conteúdos para livros e revistas, e à revisão de textos de amigos e familiares. No campo literário, participou da coletânea “Pará de Minas, meu amor: 150 anos de história e estórias” e do livro “Micros, Uai!”, da Pangeia Editora”, lançado em 25 de maio de 2023. Tem textos publicados em blogs, revistas e jornais e, agora, lança seu primeiro livro.
Lúcio, formado em Economia, Administração e Contabilidade, trabalhou no Banco Central do Brasil e, após aposentar-se, foi diretor-executivo do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop). Tem textos técnicos publicados em livros, revistas e portais de cooperativismo e, agora, faz sua estreia como cronista em livro, a partir de textos veiculados em blogs e no Facebook”. (por Ana Lúcia de Faria Marçal /Editora Quixote+Do)
1-JRP- Quando você ouve o nome Pará de Minas, qual lembrança, recorrentemente, vem à sua memória?
Lúcio:Ressurge em mim o menino e adolescente que fui em Pará de Minas. Vem à memória a casa da minha vó e dos meus pais, os campos de futebol, especialmente o extinto campo do Ginásio São Francisco, os clubes Praça de Esporte, Patafufo e AABB, os bares e as conversas com os amigos, sempre com casos engraçados.Várias de minhas crônicas registram a minha memória afetiva pela querida Pará de Minas.
2 - JRP - Como surgiu a ideia do livro “De repente, palavras”, em parceria com seu irmão Geraldo?
Lúcio - O livro começou a nascer quando o amigo Luiz David nos abriu as portas de seu blog para publicação de nossos textos. Com o incentivo dele e de outros amigos, que passaram a cobrar a publicação de um livro, pensamos em publicá-lo conjuntamente. A ideia nasceu há cerca de três anos; no início de 2021 começamos a coletar e selecionar os textos e os contatos com a editora iniciaram-se em abril de 2022.
3 - JRP - Como foi feita a escolha dos textos que iriam compor o livro?
Lúcio: São coletâneas de contos e crônicas que eu havia publicado no blog do Luiz David ou no Facebook.
4 – JRP - Quais temas estão presentes em seus contos ou crônicas?
Lúcio: Pará de Minas está muito presente nos meus tempos de infância e juventude e também o futebol, minha grande paixão. As crônicas são muito diversas, com várias temáticas.
A inspiração pode nascer de caminhadas nas ruas de BH ou nas areias de Cabo Frio, no bate-papo com os amigos na mesa de um bar ou de um rompante, quando surge uma ideia inexplicavelmente do nada. Algumas crônicas fluem com naturalidade, outras empacam no meio do caminho e são completadas tempos depois.
Minha primeira crônica foi no início dos anos 1980, para o jornal da Associação dos Servidores do Banco Central; depois de muitos anos, outra foi publicada em jornal de circulação interna também no Banco Central. Passei a escrever mais intensamente a partir de 2012, para o blog do Luiz David.
5 – JRP - De onde vem seu interesse pela escrita?
Lúcio: De bons professores de Português que tive, da leitura e, no caso das minhas crônicas de humor, do Luiz Fernando Veríssimo, do qual sou fã.
6 – JRP - Queremos um spoiler do “De repente, palavras”:
Lúcio:Minhas crônicas não tratam apenas de Pará de Minas e de minhas lembranças, tem temas atuais e assuntos variados. Um pênis de plástico perdido nas areais de Cabo Frio rendeu uma boa crônica.
Sobre Pará de Minas, destaco o conto “Only You” (por causa da música), que, na ficção, teve o encontro do casal na ponte localizada na Rua Raimundo Menezes, entre a avenida Presidente Vargas e a rua Antônio Rocha, na década de 1970, após o término de um curso noturno.
7- JRP - Onde o livro pode ser adquirido o livro?
Lúcio:O livro pode ser adquirido diretamente na Livraria Quixote, em Belo Horizonte (R. Fernandes Tourinho, 274 - Savassi) ou pelo site https://quixote-do.com.br/produto/de-repente-palavras/
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“ [...] De repente, o inesperado ou... não? Enquanto atravessava a ponte, sentiu as luzes de dois faróis jogados em cima dela. Desesperar-se, por quê? Afinal, um sexto sentido poderia tê-la colocado ali. Ela sabia disso.
Outra opção não caberia... era ele! Ele e o carro do pai, com que costumava siar. A sensação de perigo e de desejo.
O rapaz desceu do carro [...].”
Trecho de “Only you”, de Lúcio César de Faria.
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Adoramos a entrevista, Lúcio. Muito obrigado!
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