20/01/2023 às 08:00h
A estudante de medicina Alicia Muller Veiga, de 25 anos, que é investigada por dar um golpe em colegas da faculdade, prestou depoimento na tarde desta quinta-feira (19) em São Paulo e, à polícia, confirmou que desviou os valores que seriam usados para a festa de formatura por entender que os recursos não estavam sendo bem administrados pela empresa contratada, mas fez "aplicações ruins" e acabou perdendo dinheiro.
No "desespero", ela diz que tentou recuperar o montante fazendo apostas em uma lotérica. E também admitiu que usou em benefício próprio uma parte das quantias para pagar despesas pessoais como aluguel de carro, apartamento e compra de eletrônicos. A estudante afirma ter agido sozinha, mas a namorada dela também será ouvida.
Segundo a Polícia Civil, Alicia vai ser indiciada por apropriação indébita, crime que tem previsão de pena de até quatro anos de reclusão, e vai responder em liberdade.
De acordo com o depoimento, Alicia tem renda mensal de cerca de R$ 4.500. Ela assumiu à polícia que a história que contou aos colegas da comissão de que teria investido o dinheiro da formatura em um fundo e sofrido um golpe era mentira.
Também de acordo com a polícia, a empresa ÁS Formaturas confirmou que transferiu quase R$ 1 milhão para a conta bancária da estudante, que era presidente da comissão de formatura da turma 106 da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
A polícia disse também que, de acordo com os documentos apresentados pela ÁS, não há responsabilidade jurídica por parte da empresa.
"O contrato autorizava eles a fazerem essas transferências para os membros da formatura, para qualquer um dos representantes da comissão", explicou a delegada.
Em entrevista para a Rádio USP em fevereiro de 2018, ela afirmou que tinha passado no curso de Farmácia e até chegou a fazer a matrícula, mas desistiu e decidiu fazer cursinho por mais um ano para tentar entrar em Medicina.
A jovem é alvo de dois inquéritos policiais.São eles:
A polícia já acreditava que o dinheiro usado pela estudante em apostas não pagas feitas no ano passado na lotérica da Zona Sul de São Paulo poderia ter sido desviado da festa de formatura de Medicina da Universidade de São Paulo(USP).
Os dados de transações bancárias foram analisados com a quebra do sigilo.
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