09/06/2023 às 08:44h
Um grupo de cientistas brasileiros descobriu que a variante do Bacilo Calmette-Guérin (BCG) modificada geneticamente, normalmente usada na produção da vacina contra a tuberculose, pode ser uma opção de baixo custo para a criação de imunizantes contra a Covid-19. A bactéria produziu uma proteína parecida com dois antígenos (moléculas estranhas ao corpo capazes de ativar a produção de anticorpos) do SARS-CoV-2, e protegeu camundongos expostos à Covid. Os resultados foram publicados em abril de 2023 na revista Journal of Immunology.
“Os resultados foram animadores”, comemorou o pesquisador Sérgio Costa Oliveira, da Universidade de São Paulo (USP), que coordenou o estudo em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Instituto Butantan (SP), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “Não detectamos nenhum sinal do vírus no pulmão dos animais vacinados com a BCG recombinante, com o ensaio de formação de vírus em placas”, completou o cientista ao Jornal da USP.
Os pesquisadores verificaram que os antígenos parecidos com os do SARS-CoV-2 estimularam a produção de anticorpos nas cobaias, bloqueando a ação viral. A variante do bacilo modificada geneticamente é capaz de estimular o sistema imunológico inato, preparando o organismo para se defender de outros micro-organismos perigosos, além da própria tuberculose.
A BCG foi criada em 1921, a partir do bacilo Mycobacterium bovis, isolado de bovinos, semelhante ao M. tuberculosis, que causa a doença, mas é menos virulento. Quatro bilhões de pessoas já foram vacinadas com a BCG, com poucos efeitos colaterais, segundo estudo publicado em 2013 na revista Maedica – a Journal of Clinical Medicine. Por isso, ela é considerada um dos imunizantes mais seguros.
A novidade descrita pelos pesquisadores brasileiros conta ainda com uma característica importante: é menos suscetível às mutações do novo coronavírus. A proteína Spike, usada pelo vírus para infectar as células humanas, já está presente em cerca de 90% das vacinas contra a Covid-19, mas, como o SARS-CoV-2 sofre mutações frequentes, os imunizantes precisam ser atualizados. No caso do bacilo modificado, ele usa a proteína N, que, por ser menos exposta ao sistema imune humano, é mais estável e sofre menos mutações, conferindo maior durabilidade à vacina.
Segundo Sérgio Costa Oliveira, a ideia agora é prosseguir com a pesquisa e ajustar a vacina contra as variantes do coronavírus. Em seguida, partir para testes clínicos em seres humanos. Como houve um aumento considerável de mortes por tuberculose durante a pandemia, a nova vacina poderá facilitar a imunização das duas doenças ao mesmo tempo.
Fonte: Hoje em Dia
Foto: Rádio Espacial FM
16/08/2024 - TSE recebe lista de 9,7 mil pessoas com contas irregulares
16/08/2024 - Avião da Voepass muda rota e aterrisa em Uberlândia após sofrer 'pico de energia'
14/08/2024 - Pequenos empreendedores digitais faturaram R$ 193,6 milhões de janeiro a julho em Minas
05/08/2024 - Queimadas em vegetações prejudicam pelo menos 250 consumidores por dia em Minas
02/08/2024 - Eleições 2024: Propaganda eleitoral antecipada provoca mais de 250 denúncias em Minas
31/07/2024 - Alta de 67% em ciberataques coloca o Brasil como um dos principais alvos de hackers
30/07/2024 - Estado convoca quase 34 mil crianças ainda sem proteção contra febre amarela
29/07/2024 - Falta de atenção causa metade dos acidentes de trânsito em Minas
25/07/2024 - Homem é alvo de operação após Interpol identificar vídeos de pedofilia em MG
24/07/2024 - Recém-nascida é sequestrada por falsa médica em hospital de Uberlândia