27/07/2023 às 09:04h
Até novembro, os incêndios florestais estão entre as maiores ameaças às Unidades de Conservação de Minas. Na tentativa de prevenir queimadas nas áreas verdes protegidas, uma força-tarefa atua no Estado, com ações de prevenção, planejamento e parcerias entre população e órgãos públicos.
Os registros mostram que o período de julho a outubro é mais propenso às ocorrências. Segundo levantamento divulgado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), em 2022, das 747 ocorrências registradas nas áreas internas ou no entorno das UCs , 643 foram durante esse período.
O IEF é o órgão responsável pela prevenção e combate a incêndios florestais, realizando o planejamento, a coordenação e a promoção das ações. Em 2023 foi lançado o programa “Minas Contra o Fogo”, em parceria com 40 municípios.
O trabalho é realizado em parceria com cada uma das UCs, que têm autonomia para reforçar ou definir iniciativas locais, de acordo com as peculiaridades e realidade dos parques.
Gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do IEF, Rodrigo Bueno Belo destaca que os incêndios de origem antrópica, ou seja, provocados pela ação humana, concentrados nos meses de agosto a outubro, são responsáveis por significativas emissões de monóxido de carbono na atmosfera, causando impactos na captação de água, empobrecimento de solo e redução das espécies e exemplares de fauna e flora, além de gerar enormes prejuízos ambientais e materiais.
Brigadistas
O Previncêndio é responsável por capacitações voltadas aos brigadistas profissionais, além de voluntários, que podem se apresentar à unidade de conservação de seu interesse. Também contrata brigadistas que ficam à disposição nas unidades onde o fogo exige reforço de efetivo. Em 2023, foram disponibilizadas 280 vagas.
Os brigadistas contratados também são responsáveis pela execução de rondas preventivas, apoio na execução de queimas prescritas, abertura e manutenção de aceiros, que são faixas de terra nas quais a vegetação é retirada de forma a evitar que os incêndios se propaguem.
Capacitação
Exemplo recente de capacitação realizada pelo IEF foi o alinhamento entre instrutores para atuar na capacitação de brigadistas.
O evento, realizado no Parque Estadual do Rio Preto, no município de São Gonçalo do Rio Preto, preparou os participantes para a disseminação de conhecimento e de experiência e alinhou conhecimentos técnicos e metodológicos referentes à formação de brigadistas que atuarão no apoio à prevenção e combate aos incêndios florestais nas UCs de Minas Gerais.
O encontro contou com a participação de 27 instrutores, entre servidores do órgão e de instituições parceiras, como Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), Copasa e Ong Brigada 1, que compõem o quadro de instrutores responsáveis pelas capacitações de brigadistas voluntários e contratados realizadas nas UCs em todo o estado.
O trabalho alinhou conhecimento técnico e metodologias e possibilitou engajar e motivar os instrutores a desenvolverem atitudes proativas para o bom desempenho das atividades.
Municípios
Outro esforço recente do Governo Estado é o programa “Minas Contra o Fogo”, lançado em 2023. A iniciativa, desenvolvida em parceria com 40 municípios do estado, prevê a capacitação de brigadistas, auxílio na elaboração e execução de planos de contingência para a prevenção e combate em áreas públicas e privadas, além de orientação às prefeituras para decretação de emergência, em caso de necessidade.
Promovido pelo IEF, em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) e Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), o Minas Contra o Fogo integra os municípios mineiros que apresentaram, entre 2013 e 2021, focos de incêndios em Unidades de Conservação estaduais dentro de seus limites territoriais.
O estado registrou, nesse período, média anual de 747 ocorrências nas áreas de proteção administradas pelo IEF. Segundo estimativa do órgão, cerca de 97% das queimadas são decorrentes de ação humana.
Os 40 municípios aptos a aderir ao programa recebem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) doados pelo IEF como vestimentas, capacetes, luvas, óculos e coturnos, além de instrumentos de combate ao fogo, como abafadores e bombas costais.
Manejo do fogo
Recurso que está sendo utilizado em Minas Gerais é o manejo integrado do fogo para fins de prevenção ou de combate a incêndio florestal, prática que envolve o uso intencional de fogo para manejo de vegetação, nativa ou exótica, abrangendo técnicas de aceiro negro, de fogo de supressão ou equivalentes, com vistas a reduzir a ocorrência, mas principalmente a severidade dos incêndios florestais, bem como de combatê-los, quando em propagação. A técnica foi autorizada nas UC estaduais em 2020.
O aceiro negro é a técnica de confecção de limpeza de uma faixa que utiliza o fogo em área de largura e comprimento variável, de forma planejada, monitorada e controlada, para fins de prevenção ou de combate a incêndio florestal, funcionando como uma barreira para a tentativa de contenção do fogo.
Já o aceiro realizado sem o uso do fogo é a faixa em que a vegetação é interrompida ou modificada com a finalidade de dificultar a propagação do fogo e facilitar o seu combate por meio do corte da vegetação.
O Decreto 47.919, de 2020, determina que o manejo do fogo pode ser utilizado com a finalidade de prevenção ou combate ao incêndio florestal e somente é permitido se respeitada a relação de dependência evolutiva do fogo nos biomas onde é empregado ou atender ao manejo de combustíveis exóticos.
Esforço conjunto
A Força-Tarefa Previncêndio é o esforço que une diversas instituições para monitorar e combater os incêndios florestais. Além do IEF, envolve: Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec); Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG); Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG); Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa); Ibama e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Fonte: Hoje em DiaFoto: Rádio Espacial FM
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