A greve iniciada pelos rodoviários nesta segunda-feira (16) deixou vários passageiros de Belo Horizonte a pé. As estações São Gabriel e Barreiro amanheceram fechadas.
Na estação São Gabriel, na região Nordeste da capital, os coletivos ficaram parados dentro da estação, e os usuários tentam alternativas para chegarem ao seus compromissos, como táxis ou aplicativos de transporte.
“Cheguei aqui e fiquei surpreso demais, tinha me esquecido dessa greve. Você vê todos os ônibus ai parados mas nenhum sai. Tive que ligar pro meu chefe e avisar que não tem como eu ir trabalhar, não tenho outro jeito além do ônibus, disse o agente de saúde Alexander Pereira, 35 anos.
Já para o gerente de lojas Jean Volgas, 42, o transporte publico da capital carece de investimento. “Entra ano e sai ano e é isso ai. Ônibus em BH é muito defasado. Não tem nem como reclamar do protesto, apesar de achar que eles deveriam dar mais informações. Vou esperar a empresa me dar um suporte, talvez um Uber, se não vou faltar hoje”, lamentou.
Metrô
Apenas 30% da frota disponível deveria estar nas ruas nesta segunda. Para auxiliar os moradores de BH, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos de Minas Gerais (CBTU-MG) informou que está monitorando e, caso necessário, vai colocar mais carros para suprir a demanda.
Greve
A convocação para a paralisação foi feita pela diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de BH e Região (STTRBH), que reivindica reajuste salarial de 8,2%, equiparado ao dos colegas da região Metropolitana. O Sindicato havia agendado uma greve para o dia 26 de dezembro, que foi adiada para uma decisão do Tribunal de Justiça.
As negociações entre o STTRBH e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra-BH) não avançaram e, por isso, a greve foi decretada.
O sindicato dos rodoviários ressaltou que entende os impactos da paralisação para a população, mas informou que o momento requer uma ação ‘contundente e expressiva’ para buscar os direitos dos trabalhadores rodoviários.
A categoria quer aumento de 17% do salário – uma vez que se paga mais na Região Metropolitana do que na capital mineira, além de aumento de 17% do tíquete-alimentação, aumento de 30 minutos no intervalo de repouso e diminuição da jornada de trabalho para 6 horas diárias. São 7 horas atualmente.
Segundo a Prefeitura de BH, o atual contrato de concessão determina que as empresas de ônibus negociem diretamente com os trabalhadores. A Prefeitura também disse que já assegurou às concessionárias do transporte coletivo que o reajuste de 8,2% solicitado pelos rodoviários será levado em conta no equilíbrio econômico-financeiro dos contratos.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SETRABH) informou que realizou uma audiência com o Ministério Público do Trabalho (MPT) no domingo (15) e que nenhum membro do Sindicato dos Trabalhadores esteve presente. Uma nova reunião está agendada para a manhã desta segunda (16).
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