28/10/2023 às 08:00h
Israel intensificou, nesta sexta-feira (27), as operações por terra e mar contra alvos do Hamas na Faixa de Gaza e acusou o grupo terrorista de manter esconderijos embaixo de hospitais.
Além dos bombardeios aéreos, as forças israelenses fizeram novas incursões durante a madrugada no território de Gaza. Comandos da Marinha israelense também avançaram por mar e enfrentaram terroristas do Hamas no litoral.
No início da noite desta sexta, Israel lançou uma nova incursão e o porta-voz militar avisou que a operação por terra estava sendo ampliada. Os principais alvos são os túneis usados pelos terroristas para se esconder.
Dois provedores de telefonia celular de Gaza disseram que os serviços foram interrompidos por causa de um forte bombardeio. A organização Netblocks, que monitora o funcionamento da internet no mundo inteiro, confirmou que vários provedores sofreram um colapso na comunicação nesta sexta. A organização humanitária Crescente Vermelho também disse ter perdido o contato com as equipes médicas.
Em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, o médico diz que só está recebendo pacientes com necessidade de cirurgias de emergência e que todos os leitos da UTI estão ocupados.
O contra-almirante israelense Daniel Hagari fez uma apresentação para mostrar como o Hamas usa estruturas civis em Gaza. A foto de satélite mostra o complexo do hospital Al-Shifa, o maior de Gaza, com 1,5 mil leitos. Os prédios marcados em vermelho teriam instalações do Hamas no subsolo. A animação, feita com base em informações de Inteligência, mostra como seria o complexo subterrâneo.
Israel apresentou também gravações de áudio do que seria uma conversa entre um militar israelense e um funcionário palestino da companhia de energia de Gaza. O palestino diz que o Hamas tem combustível o bastante e que quem é ligado ao grupo consegue até abastecer carros nos postos. O funcionário diz que o Hamas usa o combustível para manter a eletricidade nos túneis e que raciona a quantidade que vai para os hospitais.
Segundo a agência de notícias Reuters, um porta-voz do Hamas disse, em uma rede social, que as acusações não passam de mentiras para servir de desculpas para um novo massacre de civis.
No outro território palestino, a Cisjordânia, houve enfrentamentos entre jovens palestinos e soldados israelenses em Ramallah e em Hebron. Uma passeata reuniu bandeiras das duas facções palestinas rivais: Hamas e Fatah.
Em Jerusalém, Israel manteve o acesso à Esplanada das Mesquitas restrito apenas a idosos e moradores da Cidade Velha.
No começo da tarde, um foguete vindo da Faixa de Gaza atingiu o último e o penúltimo andar de um prédio no leste de Tel Aviv; quatro pessoas ficaram feridas. Segundo um comandante do Exército em Tel Aviv, mais pessoas não tiveram ferimentos porque conseguiram procurar abrigo quando as sirenes tocaram.
Uma moradora, Hila, disse que geralmente o sistema antiaéreo consegue derrubar os foguetes do Hamas a tempo, mas desta vez não funcionou.
Shon mora a 200 m do prédio atingido. Ele explica que no prédio dele, mais novo, todos os apartamentos têm um quarto reforçado que serve de abrigo, mas o prédio atingido não tinha. Mesmo assim, sentiu o edifício dele todo tremer.
Foguetes também atingiram a cidade de Sderot, perto da Faixa de Gaza, que foi esvaziada depois dos ataques de três semanas atrás.
No começo do dia de descanso dos judeus, parentes de reféns puseram mesas com lugares vazios para o jantar do shabat: 229 pessoas, incluindo crianças, mulheres e idosos, ainda estão em poder dos terroristas.
Einav conta que o tio tentou impedir a entrada dos terroristas na casa, mas acabou assassinado na frente da mulher, de 72 anos, que foi levada para Gaza.
Em Netanya, um artista pintou um mural como apelo para a libertação dos reféns. Benzi Brofman disse que procurou representar o que as crianças sequestradas devem estar sentindo.
Fonte: G1
Foto: Rádio Espacial FM / AdobeStock
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