01/03/2024 às 10:02h
A economia brasileira fechou o ano de 2023 com crescimento acumulado de 2,9%, apontam dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na mediana, analistas de mercado e o próprio governo trabalhavam com um crescimento de cerca de 3% para o período de 12 meses.
Considerando somente o quarto trimestre de 2023, o PIB ficou estagnado (0%) em relação aos três meses imediatamente anteriores, disse o IBGE. Nesse recorte, a expectativa mediana de analistas era de variação de 0,1%, conforme a Bloomberg. O ano de 2023, o primeiro do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi marcado pela ampliação da safra agrícola. Assim, o PIB contou com impulso da agropecuária, especialmente no início do ano passado, diz o IBGE.
A atividade econômica também foi beneficiada em 2023 pela retomada do mercado de trabalho. Nas explicações do IBGE, a abertura de empregos e a melhora da renda, aliadas à trégua da inflação, ajudaram o consumo. A taxa de desemprego, segundo o IBGE, fechou o ano de 2023 em 7,8%. É o menor patamar registrado desde 2014 e uma queda de 1,8 ponto percentual em relação a 2022 (9,6%). No trimestre encerrado em dezembro, a taxa de desocupação chegou a 7,4%.
O governo ainda apostou em medidas como a transferência de recursos via Bolsa Família para camadas mais pobres da população. O patamar elevado dos juros, por outro lado, representou um entrave para um avanço maior do consumo.
O ciclo de cortes da taxa básica, a Selic, só teve início em agosto. Com os juros altos e o fim da safra de grãos, a economia deu sinais de perda de ritmo na segunda metade de 2023. Mesmo assim, o PIB fechou o ano passado com um desempenho superior ao projetado inicialmente por analistas.
Ao final de 2022, o mercado financeiro esperava um crescimento de apenas 0,8% para o acumulado de 2023, conforme a mediana do boletim Focus, divulgado pelo BC (Banco Central). As previsões foram ajustadas para cima ao longo do ano.
Para o PIB de 2024, a expectativa, por ora, é de desaceleração. Analistas do mercado projetam um avanço de 1,75%, segundo a mediana da edição mais recente do Focus, publicada na terça (27) pelo BC. As estimativas, contudo, vêm subindo. Ao final de 2023, por exemplo, o mercado esperava um crescimento de 1,52% para o PIB de 2024.
Neste ano, a atividade econômica não deve contar com o mesmo impulso da agropecuária, já que fenômenos climáticos extremos jogam contra a produção no campo. O Brasil viveu episódios como ondas de calor, seca e tempestades em regiões produtoras nos últimos meses.
Os juros, por outro lado, estão em ciclo de queda. O corte é visto como possível estímulo para o consumo em 2024, incluindo o de bens de maior valor agregado, dependentes de financiamentos.Com Informações do Jornal O Tempo
Foto: Espacial FM
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