23/05/2023 às 07:51h
A polícia espanhola informou nesta terça-feira (23) que deteve quatro pessoas suspeitas ligadas ao boneco que representava o atacante Vinícius Jr. enforcado sob uma ponte de Madri, capital da Espanha, em janeiro de 2023.
Uma investigação de crime de ódio foi aberta depois que o boneco, esticado em uma corda e com a camisa 20 do jogador brasileiro, foi pendurado em frente ao campo de treinamento do Real Madrid. Uma faixa estava grudada ao boneco, com a seguinte inscrição: "Madrid odeia o Real".
As prisões ocorreram dois dias após um novo caso de insultos racistas contra o jogador.
A prisão ocorreu por volta das sete da manhã. Segundo a polícia, três dos detidos são integrantes da Frente Atlética, organizada do Atlético de Madrid. Todos os detidos são espanhóis e têm 19, 21, 23 e 24 anos.
Um dos detidos tem passagem por crime de lesão corporal, segundo a polícia local.
Esta foi a manifestação de Vinícius Jr. no domingo (21/5) após ser novamente algo de ataques racistas em um jogo da La Liga, o campeonato espanhol, desta vez em um jogo entre seu clube, o Real Madrid, e o Valencia.
Antes e durante a partida, a torcida do Valencia cantou músicas em que chama Vini de "macaco". Durante a partida, ele se dirigiu a torcedores do Valencia que o estavam xingando.
A partida foi interrompida por alguns minutos pelo árbitro e o sistema de som do estádio transmitiu um pedido para que os torcedores evitassem xingamentos racistas.
Após o jogo, houve uma troca de críticas entre Vinícius Junior e o presidente da La Liga (o campeonato espanhol), Javier Tebas, nas redes sociais.
O Real Madrid informou que está pedindo que as autoridades espanholas investiguem o caso. E o Valencia prometeu expulsar para sempre de seu estádio os torcedores que proferiram insultos racistas.
Este foi o décimo episódio noticiado como racismo contra Vinícius Junior na Espanha. E esse levantamento mostra que os episódios de racismo contra o jogador estão se intensificando: houve um caso em 2021, três em 2022 e seis neste ano.
Vinícius Junior acusa a La Liga de ser conivente com o racismo. Já a entidade espanhola diz que não tem autoridade para punir clubes ou jogadores — e que encaminha todos os casos para as autoridades espanholas.
Até agora, as punições se restringiram a multas e suspensões temporárias de torcedores.
Fonte: G1
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