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04/12/2024 às 09:43h

Preço da maçã, que disparou e chegou a quase R$ 19 em BH, pode subir ainda mais? Descubra

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Quem faz compras frequentes de hortifruti já percebeu: o preço da maçã está “pela hora da morte”. Essa expressão, muito usada para indicar que algo está caro, se encaixa perfeitamente no caso da fruta. Antes encontrada facilmente por menos de R$ 5 o kg, hoje ela chega a quase R$ 19 em supermercados de Belo Horizonte. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o preço da maçã subiu 7,37% no acumulado do último ano. Um dos motivos é a baixa oferta no mercado, devido à queda na produção, o que ajuda a pressionar os preços. 

Para se ter uma ideia, Santa Catarina, maior produtor do Brasil, colheu cerca de 423 mil toneladas de maçã na safra 2023/2024, número 24% menor do que o registrado na safra anterior, quando a produção atingiu quase 555,2 mil toneladas. Os dados são do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa).

“Muito disso se deve às mudanças climáticas. O calor forte atrapalha, uma vez que esse tipo de fruta prefere temperaturas amenas. Assim, além de afetar a quantidade, o clima também compromete a qualidade. As maçãs ficam menores”, explica Mariana Marotta, analista de agronegócios do Sistema Faemg Senar.

As mudanças de temperatura também contribuem para o surgimento de doenças, obrigando os produtores a investirem em insumos e técnicas para contornar os problemas - o que também acaba afetando o preço final do produto. Além disso, estamos em época de entressafra - período entre o fim da colheita e o início do plantio da próxima safra.

“No caso da maçã, a safra acontece entre janeiro e abril. Isso quer dizer que o estoque do produto vem diminuindo ao longo dos últimos meses, ajudando a elevar os preços. Nesse cenário, a importação de maçãs é essencial para aumentar a oferta e equilibrar os preços. Sem o produto de fora, estaríamos pagando ainda mais caro”, afirma. 

Já Diogo Santos, economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), aponta que o maior poder de compra da população - ocasionado pela diminuição do desemprego - fez com que a procura pelo produto também aumentasse. Segundo ele, mais dinheiro no bolso favorece a diversificação do consumo.

“Também tem a questão da indústria, que usa a maçã como base para a produção de muitos sucos de caixinha, por exemplo. Para não ficar sem a matéria prima, é comum que muitas fábricas antecipem a compra da fruta, o que ajuda ainda mais a diminuir os estoques e pressionar os preços”, analisa. 

Sobre o futuro do preço da maçã, ambos concordam que não é possível cravar uma previsão exata. “A expectativa é que a próxima safra seja um pouco maior que a atual, o que ajudaria a reduzir os preços. Mas, precisamos esperar para traçar um cenário mais exato sobre a produção da fruta”, pontua Mariana. 

Com informações O Tempo 

Foto: Espacial FM 

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