Segundo a especialista, além de afetar negativamente funções cerebrais essenciais, comprometendo a coordenação motora, o equilíbrio e a leitura espacial, o álcool deixa os reflexos mais lentos, diminui a concentração e capacidade de agir multitarefa, aumentando significativamente o risco de acidentes.
“Além disso, o álcool causa alterações de humor, perda de inibição e discernimento, aumento da agressividade, dificuldades de raciocínio e prejuízos na memória e julgamento. Motoristas sob efeito de álcool são mais propensos a dirigir em alta velocidade e a desrespeitar as leis de trânsito”, comenta Adalgisa.
O Brasil possui uma das legislações mais rígidas do mundo contra a combinação de álcool e direção, mas ainda registra números alarmantes de acidentes, feridos e mortes causados por motoristas embriagados. Fatores culturais, como o "jeitinho brasileiro" e a banalização do consumo de álcool, especialmente entre jovens, contribuem para a persistência desse problema.A alta incidência do consumo de álcool, somada à percepção de impunidade e à leniência na aplicação da lei, reforçam a sensação de que dirigir alcoolizado não acarretará consequências graves, perpetuando o ciclo de tragédias no trânsito.
“O consumo de álcool, enraizado na cultura brasileira e associado a momentos de lazer e socialização, mascara os seus efeitos sobre a capacidade de dirigir, como a redução da atenção, reflexos e o aumento da impulsividade. Esse contexto exige uma abordagem multifatorial para combater o problema”, comenta a psicóloga especialista em trânsito.
A solução, diz ela, passa por uma combinação de ações como aplicação rigorosa da lei, responsabilização efetiva dos culpados, aumento da fiscalização e campanhas educativas de longo prazo. “Precisamos desconstruir a cultura de permissividade em torno do álcool e direção, conscientizando a população sobre os riscos envolvidos”, diz a presidente da ACTRANS-MG.
Com informações Hoje em Dia
Foto: ESPACIAL FM
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