09/01/2023 às 07:47h
O número de presos pelas depredações às sedes dos Três Poderes em Brasília supera 400, informou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Em postagem na rede social Twitter, ele classificou de terroristas os atos e disse trabalhar para identificar todas as pessoas que participaram da manifestação que se transformou em depredação. Na mesma tarde, ele exonerou o até então secretário de Segurança do DF, Anderson Torres.
O presidente Lula condenou os ataques e decretou Intervenção Federal em Brasília. Nomeado interventor na segurança pública do Distrito Federal, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, informou que não medirá esforços para identificar e punir os responsáveis.
Ainda na noite de ontem (8), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento do governador do DF, Ibaneis Rocha, pelo prazo de 90 dias. Para ele, houve falha da segurança pública do DF, além de “descaso, conivência e omissão”.
Além do afastamento de Ibaneis, a decisão de Moraes intima os governadores de todos os estados a dissolverem os acampamentos de apoiadores de Jair Bolsonaro que ainda estão nas portas de quartéis-generais, e mobilizarem todas as forças de segurança (estaduais e federais) desobstruírem as vias públicas em um prazo de 24 horas.
O ministro pede ainda a identificação e punição de todos os envolvidos nos atos em um prazo de 48 horas, para isso pede que a Polícia Federal e estabelecimentos privados, como hoteis da região disponibilizem imagens de câmeras de segurança para que seja feito reconhecimento facial de participantes dos atos.
O ministro proíbe o ingresso de manifestantes no Distrito Federal até o dia 31 de janeiro e determina que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) envie o registro de todos os veículos que entraram no DF desde o último dia 5 de janeiro.
A destruição nas instalações do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF) inclui patrimônios históricos que dificilmente poderão ser recuperados e alcançou também os espaços privativos que as autoridades usam para trabalhar diariamente.
Entre itens de valor histórico danificados também está um tapete que, segundo informações do Supremo, pertenceu à Princesa Isabel, filha do imperador D. Pedro II e responsável por assinar a Lei Áurea, que acabou com a escravidão no país.No STF, a avaliação é que o dano ao patrimônio histórico é irreparável e que o prédio principal está destruído.
Na noite da ontem, Bolsonaro criticou os atos de vandalismo e disse que Lula fez acusações contra ele sem provas.
Por JC Notícias
Foto: Marcelo Casal / Agência Brasil