24/06/2023 às 08:00h
Minas Gerais é o segundo estado com maior número de crianças em abrigos. Mas, o que chamou atenção nos últimos dias, foi um caso que aconteceu no Triângulo Mineiro. Um casal ‘desistiu’ de ter a guarda de duas irmãs, de 8 e 9 anos, em Uberaba, alegando que não foi possível “criar vínculos” com elas.
Sendo assim, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) propôs uma Ação Civil Pública (ACP) pedindo que as crianças sejam indenizadas por danos morais e materiais.
Em conversa com o JC Notícias, Ernane Abreu, advogado de causas familiares, afirma que há uma idealização da felicidade por casais que sonham em ter filhos, mas que muitas das vezes, eles não são acompanhados por técnicos e nem preparados para formar uma família:
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Foi imposto um pagamento de R$121.200,00 para cada uma das meninas, que na avaliação da promotora de Justiça Ana Catharina Machado Normanton, vão sofrer “prejuízos irreparáveis”, pelo fato de ambas já virem de situações de violência e negligência antes da adoção. Ernane Abreu ainda destaca a responsabilidade que as pessoas que querem fazer adoção devem ter na hora de realizar todo procedimento envolvendo crianças e adolescentes:
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Além disso, os impactos na saúde mental dessas crianças são irreparáveis. Nesse caso, que teve início em 2017, as duas meninas ficaram na condição para serem adotadas por viverem em uma “grave situação de risco” em Sacramento. Depois disso, um casal que estava na fila para adoção resolveu adotá-las. Passaram quatro anos e o casal alegou não ter criado vínculo com as meninas. Segundo Dayane Alexandre, psicóloga cognitivo comportamental, a criança revive uma dor em casos de que são destinadas a uma unidade de abrigo e que isso afeta diretamente a saúde mental:
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Lembrando que para fazer a adoção é necessário procurar o Fórum da Comarca da cidade ou a Vara da Infância e Juventude, e os interessados devem ser maiores de 18 anos, além de realizarem um curso de preparação para o acolhimento.
Por Sérgio Pêgo
Fotos: Espacial FM