10/05/2023 às 09:26h
A família de um detento de 28 anos denuncia que ele foi agredido e torturado por policiais penais na penitenciária Doutor Pio Canedo, em Pará de Minas. O presidiário passou por exame de corpo e delito no Instituto Médico-Legal (IML) que constatou que ele teve lesões em várias partes do corpo. Fotos mostraram várias manchas roxas pela pele do detento. A família disse que ele ainda teve fratura de vértebras por causa das agressões.
No laudo pericial, o homem contou que no dia de 3 maio foi espancado com tapas, chutes, chineladas e socos por cinco agentes da penitenciária. A mulher do detento ainda disse que ele ganhou spray de pimenta na cara, recebeu socos na costela, apanhou com o cassetete e ainda sofreu tortura psicológica.
A mulher relata ainda que acredita que as agressões estejam ocorrendo em represália a denúncia que ela fez na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) contra dois agentes penitenciários da cadeia por maus-tratos e torturas anteriores.
Ela ainda disse que está tentando a transferência do preso para outro local, mas que está demorando bastante e ela tem medo que a situação de agressões continue e que possa levar até a morte do marido.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) que informou que “a direção da penitenciária tem ciência da denúncia e já instaurou um procedimento interno de investigação para apurar administrativamente o ocorrido, inclusive utilizando as imagens do circuito interno de TV. Até o momento, a unidade descarta suposta tortura contra o custodiado em questão. As análises do circuito interno de TV documentam o trânsito interno de Policiais Penais e servirão para a conclusão das investigações”, informa.
“Destacamos, contudo, que a responsabilização de atores envolvidos em qualquer prática que não seja condizente com o trabalho desempenhado pelos servidores do sistema prisional mineiro é preceito prioritário. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) não compactua com quaisquer desvios de conduta dos seus profissionais. Todas as situações de desvio de conduta de servidores são acompanhadas com rigor pela Sejusp e as medidas administrativas cabíveis no âmbito do processo legal são tomadas, guardando sempre o direito à ampla defesa e ao contraditório”, conclui a nota.
Com informações do Jornal O Tempo
Foto: Espacial FM
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