19/03/2024 às 06:54h
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deflagrou nessa segunda-feira (18), a Operação Fort Summer, que teve como alvos frigoríficos da cidade de Formiga, que, entre outros crimes, ofereciam carnes impróprias para o consumo, destinando, inclusive, para a merenda escolar de escolas municipais.
Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão nas residências e nas empresas dos investigados. A expedição dos mandados pela Vara Criminal de Formiga se deu dentro de Procedimento Investigatório Criminal (PIC) instaurado pelo MPMG, a fim de apurar a prática de crimes de furto/receptação de gado, maus-tratos animais, bem como falsidade ideológica e delitos ambientais.
Durante a investigação, apurou-se que os acusados mantinham um depósito para vender produtos alimentícios adulterados e/ou corrompidos, bem como misturavam gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda como puros, praticando o preço estabelecido para aqueles de mais alto custo.
Comprovou-se também que os envolvidos adquiriam reses doentes a preço baixo, realizavam o abate clandestino, e colocavam essa carne, imprópria para o consumo e com alto risco de transmissão de doenças, para a comercialização. Há ainda indícios da prática de lavagem de dinheiro, o que poderá ser comprovado a partir da operação de hoje e a continuidade das investigações.
Boa
parte da carne era destinada à merenda escolar de crianças. O
fornecimento para as instituições de ensino é resultado dos baixos
custos criminosamente alcançados pelas empresas acusadas, que,
consequentemente, obtinham sucesso em licitações realizadas por
prefeituras mineiras.
Além
disso, os investigados não observam os procedimentos descritos na
legislação específica para os procedimentos humanitários de
manejo pré-abate e abate destinadas ao bem-estar animal. Não há
treinamento da equipe de manejo e técnico da Responsável Técnica
em relação ao manejo dos animais, resultando em maus-tratos. Assim,
incorrem os investigados na prática do crime descrito no art. 32 da
Lei de Crimes Ambientais.
Apurou-se, ainda, que os investigados fizeram uso indevido de selo público, a saber, as etiquetas e carimbo do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), em proveito próprio. Quase 500 quilos de carnes impróprias para consumo foram apreendidos.
Por JC Notícias
Foto: MPMG
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