09/11/2024 às 07:48h
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), concluiu o inquérito que apurou um golpe conhecido como vaquinha virtual, criado com objetivo de arrecadar dinheiro sob pretexto de doença. Duas mulheres, de 36 e 40 anos, foram indiciadas pelos crimes de estelionato e uso de documento falso na cidade de Cordisburgo, região central do estado.
Levantamentos apontam que as investigadas, ambas técnicas de enfermagem, teriam arrecadado aproximadamente R$ 60 mil sob a falsa alegação de que o valor seria utilizado para custear o tratamento de câncer no pâncreas de uma delas.
No dia 25 de outubro deste ano, um casal compareceu à unidade policial para relatar que havia sido vítima de estelionato. Segundo informado, a investigada de 36 anos, que seria ex-cunhada de uma das vítimas, entrou em contato alegando que teria câncer no pâncreas e precisaria de dinheiro para custear o tratamento.
A vítima, de 36 anos, enviou de imediato a quantia de R$ 1 mil e seu companheiro, de 40, também contribuiu, inicialmente, com o mesmo valor, além de outras quantias posteriormente solicitadas pela suspeita.
As vítimas relataram que a ex-cunhada manteve contato constante, informando sobre seu estado de saúde, apresentando laudos médicos para comprovar a doença e solicitando mais contribuições. Uma campanha de arrecadação on-line, conhecida como vaquinha virtual, também foi criada com o objetivo de obter mais dinheiro.
O casal começou a desconfiar da situação e dos documentos médicos enviados, quando percebeu que, em um dos laudos, o médico subscritor tinha especialização em otorrinolaringologia, área sem relação com o tratamento de câncer de pâncreas.
Durante as investigações, realizadas pela equipe da Delegacia de Polícia Civil em Cordisburgo, diversas vítimas foram identificadas, assim como a atuação de outra técnica de enfermagem, a mulher de 40 anos que acompanhava a investigada em consultas e colaborava com a farsa.
Segundo levantamentos, a segunda suspeita teria informado à mãe da investigada que um tumor de 30 centímetros havia sido retirado em uma cirurgia. Os pais da mulher relataram que a técnica de enfermagem visitava frequentemente a casa da família para administrar medicamentos na filha, inclusive com aplicações venosas.
Em depoimento, a investigada de 36 anos afirmou acreditar ter uma doença espiritual, sem qualquer diagnóstico médico, e que havia comunicado essa situação a sua colega de profissão, que, por sua vez, teria decidido falsificar os laudos médicos, utilizando modelos encontrados na internet e assinando-os.
A suspeita relatou, ainda, que a técnica de enfermagem aplicava-lhe medicamentos controlados sem prescrição médica e que dividia com ela o dinheiro obtido em campanha de arrecadação on-line.
Por JC Notícias
Foto: Espacial FM
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