Atendimento a crianças com doenças respiratórias cresce 4 vezes no outono

O socorro a crianças com doenças respiratórias chega a quadruplicar somente no Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII), em Belo Horizonte, com a chegada do outono. Na estação marcada pelo tempo seco, a unidade de saúde chega a atender até 2 mil pacientes por mês – no restante do ano a média é de 500 casos a cada 30 dias. Segundo os médicos, a bronquiolite é a principal causa de internação. 

Segundo a pneumologista pediátrica do HIJPII, Chaline Guimarães Mezêncio, a doença é causada pelo vírus sincicial respiratório, que pode levar, especialmente os bebês, a quadros de tosse, cansaço e falta de ar, com necessidade de uso de oxigênio e, algumas vezes, suporte ventilatório em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

O socorro a crianças com doenças respiratórias chega a quadruplicar somente no Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII), em Belo Horizonte, com a chegada do outono. Na estação marcada pelo tempo seco, a unidade de saúde chega a atender até 2 mil pacientes por mês – no restante do ano a média é de 500 casos a cada 30 dias. Segundo os médicos, a bronquiolite é a principal causa de internação. 

Segundo a pneumologista pediátrica do HIJPII, Chaline Guimarães Mezêncio, a doença é causada pelo vírus sincicial respiratório, que pode levar, especialmente os bebês, a quadros de tosse, cansaço e falta de ar, com necessidade de uso de oxigênio e, algumas vezes, suporte ventilatório em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Além da bronquiolite, gripes, resfriados e pneumonias também são comuns e podem ser ainda piores em crianças menores ou portadoras de asma e rinite alérgica. “A maioria dos casos é formada por resfriados e gripes, que podem levar a sintomas como febre, nariz entupido ou escorrendo, espirros e tosse”, afirma a médica. 

Conforme Chaline Mezêncio, as crianças menores de 1 ano – principalmente as abaixo dos seis meses – são as mais afetadas. Elas podem apresentar quadros mais graves, com dificuldade respiratória. “Além delas, crianças prematuras, pacientes com síndromes e asmáticos também são mais acometidos e podem apresentar complicações”, acrescenta a pneumologista.

Causas
A baixa umidade do ar contribui para a piora dos sintomas em crianças que já apresentam doenças pulmonares. “O ar seco leva a um maior aprisionamento de partículas de poluição nas camadas mais superficiais do ar. Além de inalar muito mais partículas de poluição neste período, há ainda o ressecamento da própria via aérea que leva a um maior número de sintomas nasais como coceira, espirros, ‘fungueira’ e dificuldade para respirar, podendo também causar broncoespasmos em crianças asmáticas”, explica a médica.

No entanto, a profissional alerta que a baixa umidade não é o único motivo. “Outro fator muito importante são os vírus, que tendem a circular mais e encontram facilidade para infectar um número maior de pessoas devido às aglomerações em lugares fechados e ambientes mal ventilados, além de uma mucosa nasal e pulmonar já inflamada pelo efeito da baixa umidade”.

Ainda segundo ela, ingerir alimentos gelados, andar descalço, tomar chuva, sereno, pegar vento, nadar, sair no frio sem agasalho não passam de mitos para justificar os sintomas respiratórios. “Tratam-se de infecções respiratórias causadas por vírus e passadas de uma pessoa para a outra e não pelo contato com o frio ou gelado”, esclarece.

Prevenção
Hábitos simples podem ajudar a evitar os principais adoecimentos nesta época do ano. Manter o ambiente bem ventilado, evitar contato com pessoas doentes, locais fechados e com aglomeração de pessoas, além de tomar água com frequência, especialmente nos dias de umidade mais baixa, são alguns deles.

“Crianças que brincam em praças e parques têm menor risco de adoecimento que aquelas que ficam em locais fechados e com muitas pessoas. Além disso, umidificar o ambiente, durante os dias muito secos (em que a umidade esteja abaixo de 30%), com toalhas molhadas ou bacias de água, ajuda bastante. No entanto, é preciso estar atento às crianças que circulam por esses ambientes para evitar acidentes”, orienta a médica.

Outra medida importante é fazer a lavagem nasal das crianças com soro fisiológico, umidificando e limpando a mucosa de partículas (poeiras, poluentes, alérgenos), reduzindo o excesso de muco e também facilitando a absorção de medicamentos nasais quando necessários.

“Em crianças menores de seis meses, indicamos usar um volume menor de soro fisiológico 0,9%. Para isso, tente colocá-la sentada no colo, com o tronco e a cabeça um pouco inclinados para frente, e aplique o soro com seringa de 1ml ou quatro jatos únicos do produto em cada narina. No caso de crianças maiores de seis meses, podem ser usadas seringas de 5ml a 10ml ou spray de jato contínuo, em cada narina, até que ela sinta mais conforto na hora de respirar. Neste caso, a criança deve estar na mesma posição das mais novas, porém orientamos, ao lavar a narina direita, inclinar a cabeça dela levemente para a esquerda, e, ao lavar narina esquerda, inclinar a cabeça para a direita”. Ela ressalta ainda a importância de manter uma alimentação saudável e o cartão de vacinas em dia.

Quando levar ao hospital?
Segundo a médica, os pais devem ficar atentos principalmente para crianças com febre persistente, prostração mesmo nos momentos em que não está febril ou muito irritadas sem causa aparente, cansadas e com dificuldade para respirar, além de bebês que apresentam gemido ao respirar.

foto: Espacial FM