12/06/2023 às 07:02h
O número de acidentes envolvendo o sistema de piloto automático dos carros elétricos da montadora Tesla, do bilionário sul-africano Elon Musk, aumentou nos últimos anos. Segundo o jornal americano The Washington Post, em junho de 2022, três mortes estavam ligadas à essa tecnologia e, desde maio deste ano, já são 11 vítimas fatais e cinco feridas gravemente.
Elon Musk diz que os carros que operam no modo piloto automático da Tesla são mais seguros do que os guiados por motoristas humanos. Para tanto, ele costuma citar dados de acidentes de trânsito nas vias americanas. O CEO da Tesla até já pressionou a montadora a desenvolver e implantar o recurso para quem trafega nas rodovias, afirmando que isso daria início a um “futuro mais seguro e virtualmente livre de acidentes”.
Informações obtidas pelo jornal americano sobre os últimos 17 acidentes fatais envolvendo carros da Tesla revelam que quatro ocorrências se deram contra motocicletas, e uma contra uma ambulância.
Nem a montadora, nem Elon Musk responderam ao pedido de comentário do The Washington Post.
Procurada, a Administração Nacional de Segurança Rodoviária (National Highway Traffic Safety Administration ou NHTSA) dos EUA disse que a existência de relatórios sobre acidentes envolvendo assistência ao motorista não significa que a culpa é da tecnologia. “A NHTSA possui uma investigação ativa sobre o (sistema) Tesla Autopilot, incluindo a direção totalmente autônoma”, afirmou a porta-voz da agência, Veronica Morales. “A NHTSA lembra ao público que todos os sistemas avançados de assistência ao motorista exigem que o motorista humano esteja no controle e totalmente envolvido na tarefa de dirigir. Consequentemente, todas as leis estaduais responsabilizam o motorista humano pela operação de seus veículos”.
Não está claro se os dados divulgados pela NHTSA apresentam todos os acidentes envolvendo os sistemas de pilotagem automática da Tesla. De acordo com o The Washington Post, alguns incidentes não trazem a informação se a assistência ao motorista ou a direção totalmente autônoma estava em uso. Três relatórios com vítimas fatais, incluindo uma no ano passado, se enquadram nesse contexto.
A NHTSA começou a coletar os dados depois que uma ordem federal em 2021 exigiu que as montadoras divulgassem acidentes envolvendo tecnologia de assistência ao motorista. O número de ocorrências ligadas a essa tecnologia é infinitamente menor do que a de todos os incidentes rodoviários. Segundo o jornal americano, a agência reguladora de tráfego estima que mais de 40 mil pessoas morreram em acidentes automotivos no ano passado.
Desde a entrada em vigor da obrigatoriedade de relato dos incidentes ou acidentes, 807 falhas foram relacionadas ao sistema de automação da Tesla. A montadora de Elon Musk também está ligada a quase todas as mortes, de acordo com a publicação.
Piloto automático
O sistema de assistência ao motorista da Tesla foi criado em 2014, e compreende um conjunto de recursos que permitem que o carro se mova de ponto a ponto na via, mantendo velocidade e distância seguras atrás de outros veículos. O piloto automático “reconhece” as faixas de trânsito.
Clientes que adquirem veículos elétricos da Tesla ganham um recurso padrão, mas precisam fazer upgrade pago para terem o piloto automático – a estimativa é que 800 mil carros da empresa usem o sistema totalmente automatizado (Full Self-Driving) nos EUA.
A Tesla informa aos motoristas que eles devem monitorar a estrada e intervir quando necessário. Há um sensor que reconhece quando as mãos são retiradas do volante por um certo período de tempo.
Fonte: Hoje em DiaFoto: Rádio Espacial FM / AdobeStock
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