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19/06/2023 às 08:09h

Medida do governo de incentivo à compra de veículos será boa para indústria e frotistas

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O governo federal detalhou como será seu programa de estímulo à venda de automóveis. O que pareceria ser o desenho de um novo carro popular se transformou um pacote bilionário de benésses que favorecerá a indústria e frotistas.

O consumidor, principalmente aquele com baixo poder aquisitivo, não verá vantagem nessa história. Isso porque serão distribuídos R$ 1,5 bilhão em descontos. R$ 500 milhões para automóveis, R$ 700 milhões para caminhões e outros R$ 300 milhões para ônibus.

Na fatia do carro, a desoneração concederá descontos que variam de R$ 2 mil a R$ 8 mil. Carros com maior índice de nacionalização, mais eficientes e baratos receberão maior abatimento. 

Assim, é possível encontrar um Renault Kwid ou Fiat Mobi por R$ 61 mil. Um valor interessante para frotistas, como locadoras que compram centenas e até milhares de unidades numa única canetada.

Para as montadoras será uma boa oportunidade para reduzir a ociosidade das linhas, escoar produção e impedir férias coletivas. Ou seja, é um bom negócio para quem tem bala na agulha.

Já o consumidor olhará para esse carro, palpérrimo e ao fazer as contas descobrirá que o financiamento não caberá no seu bolso. Além disso, se for gastar nada modestos R$ 60 mil, ele preferirá um usado mais rechegado, que também tem juros elevados.

Outro detalhe é a duração do programa. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad deixou claro que a "promoção" será enquanto durar o estoque, ou melhor até as vendas atingirem o teto máximo de descontos. "Pode durar uma semana ou seis meses", avisou o ministro.

Depois disso, tudo volta como era antes. Assim, mais uma vez governo e indústria costuram acordos de curto prazo e que resolvem problemas imediatos de setores da economia, mas não do consumidor propriamente em si. Será que a locadora, quando for desfazer do seminovo, terá como base o preço que comprou?

Fonte: Hoje em Dia

Foto: Rádio Espacial FM

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